O provisório como solução

Aos poucos vai ficando claro que as grandes melhorias de infraestrutura para o transporte público associadas à Copa não ficarão prontas a tempo.

Além do retardamento no atendimento das necessidades  da cidade, em especial da Zona Leste, será que isso causará grandes prejuízos ao evento?

As alternativas de incremento da oferta de transporte público para região de Itaquera inserem-se em planos de mobilidade realizados pelo município (corredores de ônibus) e pelo estado (Metrô e trens) com perspectivas de médio e longo prazo. Continuarão no seu ritmo, lento e dissociado do calendário da Copa.

Acreditamos que a oferta de transporte para a Copa será feita através de serviços temporários que ampliarão a oferta da rede de metro e trem de subúrbio disponíveis na área. Nos parece que a própria escolha de Itaquera já havia sido feita pela existência do metrô, que opera com altíssimo carregamento e ficaria ocioso nos dias de jogos (finais de semana e feriados especiais)

É possível fazermos comparações com eventos de porte equivalente promovidos em grandes cidades no Brasil recentemente. O exemplo do Rock in Rio pode trazer subsídios de como será enfrentada a oferta suplementar de transporte. Não foi fácil o deslocamento de 100 mil pessoas por dia até a Cidade do Rock.

Entre vários equipamentos previstos encontra-se uma estação rodoviária, que pode servir de apoio decisivo para embarques e desembarques de veículos especialmente disponibilizados para o evento.

Será que vai funcionar?

Sobre Renato Anelli

Arquiteto e professor do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP em São Carlos
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Uma resposta para O provisório como solução

  1. VissottoJr disse:

    Já faz algum tempo que pessoas ligadas ao governo indicavam que não teriamos tempo de reformar os aeroportos, de forma a adequá-los á futura demanda da Copa. Cogitavam estruturas temporárias para atender o turista nesse periodo, algo dificil de entender em se tratando de uma estrutura complexa como um aeroporto, com segurança e controle e riscos envolvidos. E isso não só em São Paulo. Qual a chance de parte deste temporario tornar-se permanente? E, pior, dado o histórico da cultura da manutenção preventiva no pais, em que condições?
    Isso também se aplica aos projetos de mobilidade urbana. Se tivermos um sistema temporário de atendimento à região de Itaquera, significa que após a Copa, deixaremos toda a população da zona Leste, novamente ao Deus Dará, pois restará apenas os restos de um sistema provisório? Pouco se vê em todo esse processo para a Copa que dê reais esperanças de melhora, pois após a Copa restarão as contas a pagar e com contas a pagar haverá uma inevitável paralização de todas melhorias que estiverem em andamento.

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